| Luis Gabriel - foto tirada por Lucas Góes Arcanjo |
Elé Semog
Quando eu danço
atabaques excitados,
o meu corpo se esvaindo
em desejos de espaço,
a minha pele negra
dominando o cosmo,
envolvendo o infinito, o som
criando outros êxtases...
Não sou festa para os teus olhos
de branco diante de um show!
Quando eu danço há infusão dos elementos,
sou razão.
O meu corpo não é objeto,
sou revolução.
Comentario : O poeta Elé Semog dá um retrato de um negro (no caso o eu Lírico) falando da sua cor , e do meio que ela tem pra tempar fugir ou esquece-la , que é dançando , o refugio de muitos negro quando eram escravisados , a forma de tentar esquecer , nem que fosse por um instante a sua luta travada todos os dias por uma sociedade menos desigual e por seus direitos respeitado.
TEIMOSA PRESENÇA
Lepê Correia
Eu continuo acreditando na luta
Não abro mão do meu falar onde quero
Não me calo ao insulto de ninguém
Eu sou um ser, uma pessoa como todos
Não sou bicho, um caso raro
ou coisa estranha
Soa a resposta, a controvérsia, a dedução
A porta aberta onde entram discussões
Sou a serpente venenosa: bote-pronto
Eu sou o chute na canela do safado
Eu sou negro pelas ruas do país.
Comentário: O poema fala da luta contínua dos negros contra a escravidão, apesar de todo o sofrimento nunca desistirem de lutar, não se entregam a opressão, porque são seres humanos como todos, com os mesmos direitos, fala que eles nunca perderam, nem perdem a esperança de um dia ser considerado, ser visto, pois são iguais aos brancos, aos indios e a todos, pois a cor da pele nunca deveria ter sido um diferencial entre pessoas.

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